- 19 de fevereiro de 2018
- Por: Lukro Contabilidade
- Categoria: Dicas
O valor da taxa de condomínio é um dos principais fatores de descontentamento de quem mora em prédios: sempre há a desconfiança de que os custos são exagerados e mal administrados. Mas, pelo menos no ano passado, é que os valores que a compõem subiram mais do que o índice utilizado para o reajuste dos alugueis, apesar de ficarem levemente abaixo da inflação.
De acordo com o Índice dos Custos Condominiais (Icon), estudo mensal feito pelo Sindicato da Habitação (Secovi), o reajuste foi de 2,77%. A variação foi bem superior ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) do período, que teve deflação de 0,52% e é medido pela Fundação Getúlio Vargas. Cinco variáveis fazem parte do Icon: pessoal/encargos, tarifas, manutenção de equipamentos, conservação e limpeza e diversos. Destes, apenas os dois primeiros registraram aumento, com as despesas com funcionários tendo alta de 2,84% e as tarifas sendo as grandes vilãs, com uma elevação de 6,78%.
“O Icon é um levantamento que coleta dados de várias administradoras e prédios, e serve como orientação. Os síndicos não podem se basear nele para aumentar as tarifas”, ressalta o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi, Hubert Gebara. Ele salienta que cada condomínio tem sua particularidade e que o porcentual de cada variável muda de prédio para prédio, por conta da presença de piscinas ou manutenção de jardim, por exemplo.
O diretor financeiro da Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais (Assosíndicos), Francisco Sgroglia Jr., disse que esses aumentos não podem ser controlados. O aumento com pessoal, diz ele, decorre principalmente do dissídio por parte do sindicato da categoria. “Por exemplo, o IGP-M de 2011 para 2017 ficou em 46,11% e o reajuste da folha de pagamento foi de 74,98%. Já as tarifas públicas, como água, luz e gás, estão fora do nosso alcance.”
Os gastos com tarifas compõem cerca de 11% dos custos mensais de um condomínio. O Índice Periódico de Variação de Custos Condominiais (Ipevecon), levantamento feito pela entidade, aponta uma diferença de até 5% de gastos com tarifas entre prédios com até 16 apartamentos e outros modelos com mais de 96 unidades.
Transparência
Gebara diz ser preciso que os administradores sejam claros a respeito dos gastos com os condôminos durante as assembleias para justificar os aumentos nas taxas, que ocorrem anualmente. “Não há milagre. Você precisa economizar o máximo possível, desde que não prejudique a segurança nem a economia do prédio”, afirma o dirigente do Secovi.
Ele salienta a necessidade de haver sempre algum tipo de campanha para que os condôminos diminuam os custos das despesas comuns. “O trabalho de conscientização é permanente, desde as assembleias. Você já faz uma previsão para o próximo exercício, incluindo pessoal, água, luz e todos os custos que compõem o rateio do condomínio”, diz.
O gasto da água é tema recorrente de discussões, quando o prédio não tem cobrança individualizada por apartamento. “É difícil. Por exemplo: é preciso lembrar para não se lavar, a toda hora, a parte de fora do prédio, gastando muita água à toa”, afirma o síndico Marcos Nogueira, que administra um prédio com 40 apartamentos há mais de dez anos e já cuidou de outros conjuntos.